7/18/2006

o gato-eu

David Waker

O gato é meu irmão. Ama e odeia tal como os de parentesco. Invade territórios, tudo é seu.

Sei sempre que o meu gato não é meu. Não me deixa esquecer, na sua liberdade natural, dá um salto e muda rapidamente de forma de estar e ser.
Assim deveria eu proceder, parece querer lembrar-me.

Olhar atento e frio. Nada de especiais apegos, que aquilo que hoje é verdade, é a grande mentira de amanhã se se fala de afectos.

E no entanto, ninguém mais do que os gatos solta no espaço filhos netos e bisnetos.

Nenhuma problema em procriar. Morrem muito de fome ou maus tratos, quando aprisionados e se libertos, em baixo a automóveis indiferentes ao som do esmagamento ou entre dentes de cães, pela trela de gente.

Os gatos sabem isso e procriam! que a espécie tem de continuar.

Sorrio face à nossa preguiça, somos muitos para quê ter medo de acabar?

Acabaremos no meio de uma dessas bombas ainda por inventar(?). Morreremos às nossas próprias mãos.


Louis Steiner

Eu não. Eu tenho um gato a imitar: faço uma mala com alguns pertences (coisas de gentes que é que se há-de fazer?) e deixo a porta aberta . Ficam-me para trás filhos e outros parentes.

Que alinhe na guerra quem quiser. Que eu, faça ele chuva ou sol, vou no sentido oposto.

Hei-de morrer é claro mas, nunca por nunca ser, eu morrerei por gosto.


Comments:
Também o meu medo não é o de acabar (mas prefiro cães que gosto das amizades!)
 
boa noite ;)

agradeço e retribuo a tua visita

desde manhã que tenho a tua página em rodapé por causa deste piano lindo

obrigada e um beijinho

gostei de te ver no reino azul

o lord podeison é um bom amigo

fica bem ;)

alice
 
o gato-eu

interessante esta perspectiva de vida.
um andar contínuo/descontínuo.

posso acrescentar que "carneiro" também não pretendo ser.

:)

esquisso(p.s.): obrigado pela visita, volta sempre porque a porta está sempre aberta.
:)
 
devemos tentar ser sempre como um gato, astutos, parecem indiferntes mas não são de todo, senhores de si e que fazem pela sua espécie.
de alguma forma eu tento ser um gato, tal como tu o tentas ser

morrer por gosto acho que ninguém morre, talvez só aqueles que nada mais lhes resta a não ser esse fim e assim terminam o seu sofrer.


:)
 
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